Plaza del Silencio
Projeto Final Arquitectura Y Paisaje en grupo. RCR Lab 2016
Dentro do circuito turístico que é o parque vulcânico de La Garrotxa entre diferentes tons e cores, o vulcão Santa Margarida tem essencialmente uma única vocação : o silêncio como instrumento de observação e reflexão.
Sua cratera circular nos envolve em um silêncio que se extingue a partir de um estímulo e nos torna consciente de sua existência. É através dos sons que se percebe o calar e através dos cheios se dá conta do vazio.
Com a finalidade de fazer esta ausência de sons tangível, propusemos uma intervenção de contrastes, que se atingem por meio de um túnel que fecha os sentidos, partindo dos pés do vulcão diretamente à sua cratera, rompendo de imediato a relação do visitante com a cidade e guiando-o nesta viagem em busca do silêncio.
Saímos de nossos carros e lentamente os sons da cidade vão se dissipando entre as árvores… As casas de campo que remontam ao passado são os últimos rastros da presença humana neste ambiente. Drasticamente somos conduzidos a outro mundo, à cratera, através da escuridão sem interferências externas. Ali se contempla, reflete, permanece e deixa o lugar, retornando gradualmente pelo bosque aos barulhos da vida cotidiana.
O túnel é um portal. A claridade se dissolve na escuridão, assim como os sons se dissipam no espaço. Pouco a pouco a luz se perde, como o eco que se reproduz até cessar em si mesmo. E quando os olhos finalmente se acostumam a escuridão, como nossos passos se tornam monótonos nesse caminho ilegível, a claridade da cratera nos cega e nos ensurdece com seu vazio. Chegamos ao clímax de nossa viagem.
Uma vez na entrada da cratera, o visitante se detém diante de uma paisagem etérea, onde se coloca como espectador deste grande vazio, interrompido pela presença de uma capela isolada por um corredor que rodeia todo a cratera. Este vem acompanhado de um banco que nos convida a sentar e observar o espaço, o silêncio. Ali se encontra um abrigo passageiro, 3 refúgios escondidos entre árvores para perder-se em suas reflexões e pensamentos diante da imensidão do vazio, desta ausência absoluta de sons.